O BVA encontra-se numa situação muito difícil, em intervenção desde o dia 19 de outubro de 2012. A apuração de uma empresa de auditoria demonstrou um patrimônio liquido à descoberto bastante representativo. Após uma avaliação criteriosa sobre a qualidade dos créditos concedidos pelo banco - o que foi feito por uma equipe de assessores com conhecimento especifico, que analisou nome a nome todas as operações de credito, fundos e ativos imobiliários constantes no balanço patrimonial do BVA - foi montado um plano de reestruturação que adequasse ativos e passivos. Neste plano torna-se necessário que os todos os credores aceitem um deságio de 65% dos depósitos detidos. Esse é o único preço que equilibra o balanço patrimonial, na nossa avaliação.
Eu, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, estarei pagando à vista os 35% sobre os valores desses depositantes, caso consiga consumar esta transação. A mesma oferta foi feita para os credores da divida externa do banco BVA. Converterei 100 por cento dos créditos que já detenho em ações do banco e o mesmo vale para aqueles que eu venha a adquirir no processo de reestruturação do banco. Estou disposto a tomar o risco de administrar o banco aumentando a minha exposição financeira no BVA. Esta é uma operação muito difícil, pois nunca um banco que foi submetido à intervenção conseguiu se recuperar, mas vejo com otimismo essa possibilidade, dada a adesão de vários depositantes até agora. No entanto, ainda falta um valor considerável e, caso o mesmo não seja atingido, não haverá da minha parte o que fazer a não ser esperar pela solução de liquidação do banco junto com todos os demais credores. Investi muito dinheiro no BVA e hoje, como maior credor individual em títulos do banco, estou empenhado em encontrar uma solução para a continuidade do BVA e para tal disposto a melhorar os termos oferecidos a todos os credores até agora. É meu compromisso, caso obtenha êxito, constituir veículo com operações de credito detidos pelo BVA em seu balanço de 18/10/12 e distribuir participação nesse veículo proporcionalmente entre os depositantes que aderiram à minha proposta aumentando o potencial de recebimento em mais 35% dos valores aplicados no banco. Os créditos, caso sejam pagos, poderão reduzir as perdas dos depositantes que optaram em apoiar a minha proposta. Pedi um prazo de extensão junto ao FGC e Banco Central, que tem sido muito cooperativos, para conseguir a adesão necessária e assim evitar perdas maiores para todos. Por fim, tendo a certeza que vários investidores aplicaram suas economias amealhadas durante muitos anos, permito-me concluir que esta proposta minimiza o prejuízo a que estão sujeitos os credores do BVA assim como proporcionará rapidez em reaver parte do dinheiro aplicado.
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